1/8/2008 - Tribuna do Norte
Os diabéticos têm motivos para comemorar. Já está sendo realizada em Natal uma cirurgia, semelhante àquela feita para redução de estômago, que reduz à resistência do organismo em produzir insulina, além de restabelecer o equilíbrio entre os níveis dessa substância e de açúcar.A técnica surgiu da observação dos pacientes que fizeram a redução de estômago e ficaram curados do diabetes. “A gente sabe que a questão da redução de peso influencia na melhora ou não da diabetes, mas nesses pacientes, a doença desaparecia rápido demais para que isso pudesse ser atribuído à perda de peso”, disse o cirurgião do aparelho digestivo, Reynaldo Quinino. Segundo o médico, 90% dos pacientes que se submeteram a essa cirurgia ficaram curados, não precisam tomar medicamentos e muito menos aplicar diariamente aquelas injeções de insulina. “Se não ficarem curados, na maioria o resultado é satisfatório”.O procedimento, chamado de cirurgia by-pass (desvio) gástrico, consiste em cortar uma parte do estômago, criando uma pequena bolsa de estômago. Depois é feita uma emenda na forma de “Y” do intestino delgado que é preso à bolsa, assim alimento passa do tubo gástrico diretamente para dentro do intestino, não passando, portanto, no restante do estômago e do duodeno.“Com esse desvio o alimento não passa pela região do pâncreas e a digestão é iniciada depois do estômago. É o pâncreas que libera a insulina para baixar o nível de glicose e no diabético existem algumas substâncias que impedem a liberação da insulina e acaba provocando o desequilíbrio dos níveis de glicose. Com a cirurgia, nós conseguimos contornar essa situação”, explicou o médico.Esse tipo de cirurgia é indicado para pacientes com diabetes tipo 2, com menos de cinco anos de diagnóstico e com índice de massa corporal acima de 30. Mas nos últimos três anos a técnica tem sido aplicada em pessoas com IMC abaixo de 30, desde que tenha diabetes tipo 2. Apesar de eficaz, o procedimento ainda não foi popularizado. A cirurgia particular custa em média R$ 20 mil e por ter um custo elevado, muitos planos de saúde relutam em disponibilizá-la aos seus associados. “Mas nós temos um trabalho na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Hospital Universitário, que podemos realizar essas cirurgias pelo Sistema Único de Saúde. O problema é que as pessoas ainda não conhecem esse procedimento”, diz o cirurgião.Ainda segundo o médico, os pacientes que se encaixarem no perfil (ter diabetes tipo 2, IMC maior que 30), deve procurar o Huol para que sejam feitos os procedimentos prévios necessários, como consultas e exames e, dependendo dos resultado, a cirurgia poderá ser feita.
Ludmila Aragão Feitosa
domingo, 9 de novembro de 2008
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