terça-feira, 25 de novembro de 2008

Painel 3- Diabetes Mellitus tipo 2

O que é diabetes?

Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, que leva a sintomas agudos e a complicações crônicas características. É um distúrbio no pâncreas, mas também pode ser ocasionada por uma disfunção nos rins. O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente. Nos dias atuais se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.


Diferenças entre diabetes tipo 1 e 2


No diabetes tipo 1, o corpo tem deficiência na produção de insulina com pouca ou nenhuma quantidade de insulina circulante, por isso são insulino dependentes. É conhecido como diabetes juvenil, aparece na infância ou na adolescência geralmente.


No diabetes tipo 2, é associado a maus hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo. É conhecido como diabetes tardio, por acometer, geralmente pessoas adultas, mas essa característica está sendo alterada como veremos mais adiante. O diabético produz insulina, porém o organismo não consegue utilizá-lo em consequência da resistência adquirida à insulina, caracterizada pela menor disponibilidade de GLUTs 4 nas células dos músculos e adipócitos. Pode apresentar tanto quadro de hipoglicemia, como em jejum prolongado e medicações hipoglicemiantes, quanto quadro de hiperglicemia que pode desencadear um coma hiperosmolar.


Reação do pâncreas

Ao se iniciar o processo de resistência insulínica, as células beta do pâncreas aumentam a produção de insulina, tentando manter a glicemia normal. Ao longo do tempo sem obter êxito, as células beta do pâncreas acabam entrando em exaustão, diminuindo a produção de insulina até o estágio em que se torna insulino dependente.
Fatores que contribuem para o desencadeamento

Figura- O sobrepeso e o sedentarismo sobrecarregam as células com glicose e ácidos graxos livres em excesso, que aumenta a formação de radicais livres (stress oxidativo). O músculo e o adipócito ficam resistentes à insulina para reduzir a entrada de glicose. As células endoteliais sofrem disfunção que se desenvolve em doenças cardiovasculares. Nas células beta ocorre o que fo citado acima em reação do pâncreas.


Outros fatores que contribuem são: Predisposição genética e fatores ambientais, maus hábitos alimentares baseados em carboidratos e estresse.
Obesidade e diabetes
O acúmulo de gordura, sobretudo a gordura abdominal, é a que está mais relacionado com o diabetes. Esse fato é por que a obesidade, mesmo em idades precoces, altera o controle metabólico do organismo e aumenta a possibilidade de desordens como a resistência à insulina e uma condição conhecida como síndrome metabólica.
A localização da obesidade na região abdominal está mais relacionada à ocorrência de desordens lipídicas , hipertensão, diabetes e aumento de risco cardiovascular.
Estima-se que 60 a 90% dos portadores de diabetes sejam obesos
Diabetes na terceira idade
O aumento da diabetes no envelhecimento se deve principalmente a obesidade e a falta de atividade, a maior ingestão de carboidratos e uso de remédios como corticóide.
O diabetes do idoso freqüentemente não têm sintomas, sendo descoberto casualmente no check up ou em exames para investigação de outras doenças. Os sintomas quando aparecem são o aumento da sede (chamado polidipsia), aumento da fome (polifagia) excesso de urina (poliúria), cansaço, fraqueza e perda de peso, confusão mental aguda, incontinência urinária, infecções freqüentes, dificuldade de cicatrização de feridas, formigamento, dormências, dores nas mãos e pernas e diminuição da visão.
Há uma dificuldade no tratamento, pois não aceitam a modificação do hábito de vários anos.
Diabetes em crianças
O aumento do caso do diabetes tipo 2 na infância e na adolecência é decorrência da epidemia mundial de obesidade e da falta de atividade física. Atualmente, mais de 200 crianças desenvolvema doença a cada dia, em especial das crianças asiáticas, que passaram a consumir mais gordura animal, mais carnes, mais açúcar e menos frutas, vegetais e cereais. O diabetes tem um impacto particular na vida dos jovens e de suas famílias, pois o dia-a-dia é alterado de repente: medições de glicemia, aplicação de insulina, regulação de atividade física e da alimentação. As crianças são mais susceptíveis à falta da insulina que se agrava rapidamente num quadro chamado de cetoacidose.
Ludmila Aragão Feitosa

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